O custo da cesta básica no mês de dezembro de 2021 teve queda em Dois Vizinhos (-2,21%) e Francisco Beltrão (-0,63%), mas registrou aumento em Pato Branco de 1,94%. Em valores nominais, o custo da cesta básica mais cara foi a de Dois Vizinhos R$ 533,19, seguida por Pato Branco R$ 525,03 e Francisco Beltrão R$ 520,50.

 

A pesquisa é desenvolvida pelo Grupo de pesquisa em Economia, Agricultura e Desenvolvimento, do curso de Ciências Econômicas da Unioeste, campus de Francisco Beltrão, e instituições parceiras.

 

No Brasil, o custo médio da cesta básica de alimentos em dezembro subiu em oito das 17 capitais que são alvo da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Considerando o ano todo de 2021, o valor da cesta básica aumentou nas 17 capitais.

 

Entre novembro e dezembro de 2021, o preço médio do café em pó, do açúcar, do óleo de soja e da carne bovina de primeira subiu em quase todas as capitais. Por sua vez, arroz agulhinha a diminuiu em 15 cidades, principalmente por causa da menor demanda. Nas cidades da região, o comportamento dos preços foi semelhante.

 

Aumentos ao longo de 2021

Em 2021, o valor da cesta básica aumentou nas três maiores cidades da região Sudoeste. Comparando o valor da cesta de dezembro de 2020 com o mesmo mês de 2021 foi constatado um aumento de 24,52%, em Dois Vizinhos; de 5,34%, em Francisco Beltrão; e de 8,36%, em Pato Branco. No acumulado do ano de 2021, o valor da cesta básica apresentou aumento de custo em Dois Vizinhos (10,58%); Francisco Beltrão (5,34%) e, em Pato Branco (8,42%).

 

Nestas localidades oito produtos apresentaram alta acumulada. As maiores elevações foram observadas para o açúcar (46,85%) e a carne bovina de primeira (18,66%), ambos em Dois Vizinhos. E o café em pó (81,73%), farinha de trigo (13,64%), tomate (13,44%), margarina (36,48%), pão (21,71%) e óleo de soja (13,86%), todos em Pato Branco.

 

Por outro lado, as retrações de preço acumuladas mais significativas foram para o arroz parboilizado (-26,05%), feijão preto (-15,94%), e o leite (-12,01%), em Francisco Beltrão; a batata (-49,28%) e a banana (-32,89%), em Pato Branco.

 

Segundo o professor e economista José Maria Ramos, coordenador da pesquisa, os preços dos alimentos básicos, principalmente os que são commodities, seguiram elevados em 2021, devido ao quadro de demanda externa aquecida, dólar em patamar atraente para as exportações e problemas climáticos que, por sua vez, influenciaram negativamente os custos de produção. “Por outro lado, outros produtos tiveram redução de preço, uma vez que a economia seguiu em baixa, com poucos empregos gerados, crescimento da informalidade e alto desemprego, o que freou o consumo”.

 

A batata foi o produto com a maior redução (-42,30%) durante o ano de 2021, entre os que compõem a cesta básica do consumidor beltronense.

 

Salário necessário

O salário-mínimo nacional, tanto o bruto quanto o líquido, mostraram-se, em dezembro, insuficientes para assegurar a aquisição da cesta básica de alimentação familiar.

 

Se observada a determinação legal, para a manutenção de uma família de quatro pessoas, ou seja, se consideradas as necessidades básicas para além da alimentação (moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e Previdência Social - Art. 7º da CF/88), o salário mínimo deveria ter sido, em dezembro, de: R$ 4.479,33, em Dois Vizinhos, R$ 4.372,72, em Francisco Beltrão e R$ 4.410,78, em Pato Branco.

 

Foto Destaque/Legenda: Café foi o produto com maior variação positiva no ano passado em Francisco Beltrão: +50,80%.



FONTE | FOTOS: Jornal de Beltrão / Assessoria