A história de Ceagriwal Cerealista remete aos primeiros anos de existência do município de Salto do Lontra. A empresa familiar começou com Bertino Warmling, junto de sua esposa, Felicita, quando chegaram em Salto do Lontra, em 1961. A Warmling & Cia Ltda. foi instalada no Centro da cidade, onde hoje é a Avenida Nicolau Inácio.
Ednei Warmling, atual administrador da cerealista e filho de Bertino, lembra que “o comércio não era segmentado, ou seja, separado por nichos. A loja contava com um pouco de tudo: secos e molhados, mercado e ainda confecções, como roupas e tecidos em metro, muito comum na época”.
Os cereais já eram recebidos, em pequena quantidade, já que o cultivo da terra não era a principal atividade. A produção era transportada em carroças e cargueiros. Em 1972, devido ao crescimento dos negócios, surgiu a necessidade da ampliação do espaço de trabalho, que foi transferido para a Rua Pedro Paulo Koerig.
Separação das atividades
Alguns anos depois, com o crescimento da atividade agrícola e maior demanda, foi preciso separar as atividades. A loja, já consolidada, dedicou-se somente às confecções, ficando o comércio sob responsabilidade de Felicita, ao lado da filha Gilda.
Em 1986, a cerealista foi construída na PR-180, KM 0, no Bairro Itaipu. A nova estrutura contava com dois barracões, um de 800 metros² dedicado à estocagem de grãos e outro com 400 metros² para moegas, máquina de pré-limpeza e secador.
O espaço amplo e moderno atendeu com eficiência o crescimento da produção. Com o passar do tempo, para acompanhar a demanda, foram construídos mais dois barracões de 800 metros². Naquela ocasião, era frequente o sistema de Aquisição do Governo Federal (AGF). “Recebia-se muito feijão para estocagem, e grande parte vendida para o governo. A transação acontecia por intermédio do Banco do Brasil e Conab”, relata Ednei.
Pai e irmão
O empresário conta que “em 1989, nosso pai Bertino Warmling faleceu, aos 55 anos. Continuamos cuidando dos negócios da família, como ele nos ensinou”. Já em 1994, dois silos foram construídos, com capacidade de 1.500 toneladas cada. Ednei conta que “no ano seguinte, tivemos mais uma perda. Meu irmão Dalmo faleceu num acidente automobilístico. Com a lembrança daqueles que nos antecederam, continuamos o trabalho com muita dedicação”.
Mais tarde, dado o crescimento cada vez maior, mais dois silos foram construídos (chegando a quatro no total, que juntos possuem capacidade de armazenagem de mais de dez mil toneladas, somente nos silos. Atualmente também existem dois tombadores, que mecanizaram e agilizaram as descargas, realizadas até então de forma braçal.
Modernização da empresa
Também foram investidos em outros equipamentos que ajudaram a modernizar os processos. Para o transporte, há oito bi-caçambas para as expedições. Ednei ressalta que são atendidos vários municípios da região. “Além de Salto do Lontra, recebemos parte da colheita de Dois Vizinhos, Santa Izabel do Oeste, Nova Esperança do Sudoeste e Eneas Marques”.
Os grãos são transportados para diferentes destinos. “Noventa por cento da soja vai para o Porto de Paranaguá, para exportação, o restante fica no mercado interno. O milho, em sua maioria, é vendido em território nacional, só quando há sobra que é enviado para o exterior. No que diz respeito ao trigo, toda comercialização acontece dentro do País, indo para os moinhos do Paraná”.
Ano desafiador
Em linhas gerais, há motivos para comemorar. “A produção está aumentando devido ao avanço das áreas de plantio, o que consequentemente melhora os números da safra de Salto do Lontra”, comenta Edinei. Entretanto, o empresário lembra que o cenário exige cautela.
Mas, ele ressalta que “não há como negar que será um ano desafiador, devido à escassez de chuva em nossa região. Porém, o produtor nunca se deixa abater e se mantém firme, pronto para os próximos passos, naquilo que se refere ao plantio do milho safrinha, trigo e a nova safra da soja que começa em outubro”.
O tempo seco, de hoje, não é uma novidade. “Obstáculos sempre existiram. Muitas vezes a produção não correspondeu às expectativas e o preço não foi competitivo. Nem por isso o produtor de abalou e deixou de fazer sua parte”.
Atuação do grupo
O grupo Ceagriwal atua no ramo de compra e venda de cereais, plantio, transporte e também possui uma loja e atacado de eletro e eletrônicos em Salto do Lontra e uma loja em Nova Prata do Iguaçu. O grupo é administrado por Ednei, juntamente com sua esposa, Franquimara, e os filhos Marcelo e Eduardo Warmling. O grupo conta com aproximadamente 40 colaboradores, entre diretos e indiretos.
Foto/Legenda: Cerealista Ceagriwal, crescendo com Salto do Lontra.
FONTE: Jornal de Beltrão | FOTO: Alisson de Souza