Foi divulgado na manhã de ontem, 13, a primeira edição do Boletim Agrometeorológico do Grupo de Estudos em Biometeorologia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) – campus de Dois Vizinhos. O estudo foi desenvolvido para informar sobre o tempo e clima, auxiliando na interpretação desses dados para fins agrícolas, científicos e também para estudos do clima e sua influência no meio social. Os dados serão atualizados mensalmente.
Nesta primeira edição, o boletim traz uma análise do Economista e Mestrando em Gestão e Desenvolvimento Regional pela UNIOESTE (Francisco Beltrão), Salatiel Turra que é também Técnico Agrícola do Departamento de Economia Rural da SEAB - Núcleo Regional de Dois Vizinhos.
Segundo ele, no início do mês de outubro a região Sudoeste esteve exposta a temperaturas elevadas, beirando os 35°C em alguns municípios. Com o ar seco e as temperaturas altíssimas predominando, o solo secou rapidamente a ponto de interromper os plantios e prejudicar a germinação e o desenvolvimento das culturas já semeadas. Entretanto, em alguns locais onde existia uma boa cobertura do solo e onde os produtores apostaram nas possíveis precipitações no final de semana, não se interrompeu o processo de plantio. No entanto, a baixa umidade e as altas temperaturas tendem a proliferação de pragas exigindo-se assim um maior controle, principalmente, da lagarta na cultura do milho. Por outro lado, para as culturas de inverno, a condição climática manifestada pela ausência de chuvas e temperaturas altas é favorável. Isto oportuniza os produtores a acelerar o processo de colheita do trigo. Porém, em função da alta incidência de precipitações ocorridas no início do ciclo do trigo, constatou-se que a produtividade e a qualidade foram inferiores daquelas colhidas mais tardias. Em relação ao preço desta commodity, pode-se afirmar que está enfrentando o gargalo de sempre, ou seja, difícil comercialização.
Em meados de outubro ocorreram precipitações e, em algumas regiões, ventanias ocasionando alguns estragos nas culturas de soja e milho. A partir daí, as chuvas ocorridas foram bastante benéficas para o desenvolvimento das lavouras de verão, pois facilitaram a continuidade dos plantios de soja, feijão e milho. Além disso, a umidade no solo favoreceu o manejo fitossanitário, bem como a aplicação de adubação nitrogenada na cultura do milho e nas pastagens. Atualmente, a evolução das culturas de verão estão sujeitas a corresponderem as expectativas apostadas pelos produtores com relação a produtividade e qualidade, uma vez que, as condições relativas climáticas e de temperatura estão propícias ao bom desenvolvimento das culturas.