A região de Francisco Beltrão tem mais de 32 mil casos de dengue. Os contágios e desenvolvimento da doença entre as pessoas vêm ocorrendo principalmente de fevereiro a abril. Os órgãos públicos ou privados de saúde que prestam atendimento estão sobrecarregados, com muitas pessoas necessitando de atendimento. Nos últimos dias, no entanto, está ocorrendo uma tendência de queda.

 

A chefe da 8ª Regional de Saúde, Nadia Zanella, diz que “os nossos serviços de saúde estão sobrecarregados com alta demanda de pessoas com sintomas da doença, os nossos hospitais estão superlotados, e as pessoas precisam ter uma ação muito focada na remoção do criadouro, para diminuir a infestação pelo mosquito que é o transmissor da doença e consequentemente o número de pessoas que estão doentes e que necessitam dos nossos serviços de saúde”.

 

Nadia ressalta que, pelos números recentes, está ocorrendo uma queda na quantidade de registros da doença. “As temperaturas estão caindo, então é natural que nesse período também se observe a queda dessa curva de casos. A gente já observa pelas últimas semanas epidemiológicas que a curva está baixando, mas a curva está baixando com número muito alto ainda de casos confirmados”. Na semana passada, quinta, sexta e sábado foram de manhãs de temperaturas amenas.

 

A chefe da 8ª Regional de Saúde diz que há um quadro de epidemia na microrregião instalado “e precisamos fazer ações efetivas de combate ao mosquito transmissor da doença e é nesse sentido que a gente reforça a importância da remoção dos criadouros, as outras estratégias elas fazem parte. Mas a ação mais efetiva, de fato, é remover todos os objetos que possam depositar água e ser foco de proliferação do mosquito”.

 

Ela informou que os hospitais estão recebendo muitos pacientes precisando de atendimento. “Todas as nossas unidades de saúde atendem a dengue na região, a dengue tipo A. Os hospitais de pequeno porte da rede assistencial da oitava regional de saúde recebem os pacientes que precisam fazer uma hidratação endovenosa que são os casos normalmente que evoluem para o tipo B da doença e aqui em Francisco Beltrão nós temos o Hospital São Francisco como referência pra dengue tipo C, que já são os casos com sinal de alarme. Com casos que já estão mostrando o agravamento do quadro clínico do paciente e o Hospital Regional é a nossa referência de toda a região pra dengue tipo D”, disse Nadia. 

 

Ela recomendou que as pessoas que têm sintomas da doença procurem os serviços de saúde logo no início dos primeiros sinais, “para que eles sejam manejados de forma adequada, sejam hidratados e evitem a complicação do quadro, evitem os sinais de alarme e evitem o agravamento do quadro”.

 

Maioria dos casos é de dengue tipo A

A chefe da Regional de Saúde relata que toda a rede de saúde está atendendo dengue nesse momento, “desde a unidade de saúde aos prontos atendimentos, as UPAs, hospitais de pequeno porte e os dois hospitais de referência para os casos mais graves aqui em Francisco Beltrão, que são o São Francisco e o Hospital Regional”.

 

A maioria dos casos registrados na região é do tipo A. Conforme Nadia, pelo tipo A, a doença evolui de forma positiva, “a pessoa vai normalmente em torno de uma semana para passar os sintomas, que é febre, dor no corpo, mal-estar e inapetência, a maioria dos casos evolui bem, mas temos sim, na região, os casos que evoluem para o tipo B, que precisam de hospitalização.

 

Mas ela lembrou que também há casos de pacientes com sinal de alarme, “que acabam se agravando e que podem levar a óbito. Nós já temos 12 óbitos confirmados [dados de sexta-feira, 19] aqui na abrangência da oitava regional de saúde. Pessoas idosas, temos pessoas mais jovens, com comorbidades e sem comorbidades. Então, é muito importante a prevenção em primeiro lugar, a remoção dos criadouros, que as pessoas usem repelente, usem roupas apropriadas, mas também, que ao sentir os sintomas da doença, que estão sendo amplamente divulgados por todos os meios de comunicação, procurem o serviço de saúde para serem atendidos em tempo oportuno e evitar as complicações”.

 

Além destas 12 mortes em decorrência da dengue, há outros óbitos que as autoridades de saúde pública estão investigando para confirmar ou não se foram causados pelo agravamento da doença.

 

Os sintomas da dengue com sinais de alerta:

• Dor abdominal intensa.

• Vômitos persistentes.

• Respiração ofegante.

• Sangramento de mucosas.

• Fadiga.

• Vômito de sangue.

• Desidratação e sensação de boca seca.

• Pele pálida.

 



FONTE: Jornal de Beltrão | FOTO: SESA