Após um período de crescimento expressivo, a área dedicada ao cultivo de trigo no Brasil poderá diminuir em 2024. De acordo com especialistas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o aumento contínuo registrado ao longo das últimas quatro safras, que representou um salto de mais de 70% entre 2019 e 2023, está prestes a ser interrompido. O motivo é a combinação de menores preços do cereal, incertezas climáticas e custos elevados, fatores que tornam o cultivo menos atrativo para os produtores.

 

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê uma queda média de 4,7% na área semeada com trigo em 2024 em comparação com o ano anterior. A região Sul, tradicional produtora do cereal, é a mais afetada por essa retração, com uma redução estimada de 7% na área plantada. No Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral) aponta uma queda ainda mais acentuada, de 19%, resultando em uma área de 1,14 milhão de hectares dedicada ao trigo.

 

No entanto, mesmo com a diminuição da área plantada, a produção no Paraná deve crescer 4%, atingindo 3,8 milhões de toneladas, graças a uma maior produtividade. Essa tendência positiva em termos de produção sugere que, apesar do menor espaço cultivado, avanços tecnológicos e melhores práticas agrícolas estão ajudando a compensar a redução de área.

 

Os desafios decorrentes da volatilidade do mercado, das condições climáticas imprevisíveis e do aumento nos custos de produção pressionam os produtores a reavaliar suas decisões de plantio. A expectativa é que a redução na área de cultivo seja compensada pelo aumento da produtividade, mas a longo prazo, as incertezas permanecem, e o setor segue atento ao cenário nacional e internacional do trigo.



FONTE | FOTO: PORTAL DO AGRONEGÓCIO