O Paraná é o quinto estado do Brasil, pela quarta vez consecutiva, com mais universidades classificadas no Ranking Universitário Folha (RUF), uma avaliação acadêmica anual realizada pelo jornal Folha de S. Paulo. O levantamento utiliza dados nacionais e internacionais e duas pesquisas de opinião do Instituto Datafolha. Das 204 instituições de ensino superior avaliadas em 2025, entre públicas e privadas, 17 são do Paraná, número que coloca o estado atrás apenas de São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro, nessa ordem.
A Universidade Estadual de Maringá (UEM) figura como a 27ª mais bem avaliada do Brasil, com destaque no indicador Ensino, critério em que aparece na 21ª posição nacional. Esse quesito, que corresponde a 32% da nota geral, considera a qualidade da graduação. O critério soma quatro componentes, incluindo o percentual de professores com mestrado e doutorado, o percentual de docentes em regime de dedicação exclusiva e a nota das universidades no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade).
Ocupando a 29ª colocação nacional do ranking, a Universidade Estadual de Londrina (UEL) conquistou o principal destaque na edição atual entre as sete instituições que integram o Sistema Estadual de Ensino Superior do Paraná. Em relação ao ano anterior, ela saltou do 36º lugar para o 18º em Inovação e agora faz parte do grupo de universidades mais bem avaliadas do País nesse indicador. Essa nota é composta pelas quantidades de patentes concedidas e de estudos feitos em parceria com o setor produtivo empresarial.
O resultado da UEL na área de inovação foi impulsionado pela publicação de artigos científicos em colaboração com empresas, critério em que a instituição subiu 54 posições na classificação nacional, passando de 95 para a 41, no período. Entre os exemplos está um estudo científico que resultou em um hidrogel cosmético antimicrobiano para combater infecções no tratamento de queimaduras graves. A inovação é produzida por uma startup de biotecnologia incubada na Agência de Inovação Tecnológica (Aintec) da UEL.
Segundo o professor Gerson Nakazato, do Departamento de Microbiologia, do Centro de Ciências Biológicas da UEL, pesquisador responsável pelo projeto, o produto incorpora nanotecnologia para superar os riscos em pacientes queimados. “A solução desenvolvida integra nanopartículas e óleos essenciais com propriedades antimicrobianas potentes, capaz de combater bactérias multirresistentes, as chamadas superbactérias que dificilmente são eliminadas com antimicrobianos convencionais”, afirma. “A inovação representa um avanço para a saúde pública, oferecendo uma alternativa inclusive para a prevenção de infecções”.
As universidades estaduais do Oeste do Paraná (Unioeste), do Centro-Oeste (Unicentro) e do Norte do Paraná (UENP) melhoraram o desempenho no RUF 2025, confirmando a excelência do ensino superior no Interior. A Unioeste e a Unicentro conquistaram quatro e duas posições, e agora aparecem nas colocações 46 e 86, respectivamente. Já a UENP passou de 167, no ano passado, para 166 entre as brasileiras mais bem avaliadas na edição atual, com avanço significativo em Ensino, indicador em que saltou da 161ª para a 148ª posição.
A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) está em 62º lugar no ranking nacional, sendo a quarta melhor avaliada, entre as paranaenses, em Internacionalização. Com peso de 4%, esse indicador é composto por duas notas: proporção de professores estrangeiros, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep); e percentual de publicações em parceria com pesquisadores de outros países, conforme as plataformas Scopus e Elsevier. A Universidade Estadual do Paraná (Unespar) aparece na posição 171 do ranking.
METODOLOGIA – Segundo a metodologia adotada pelo RUF, a nota atribuída a cada universidade reúne 18 componentes, distribuídos em cinco indicadores com pesos distintos. O quesito Pesquisa equivale a 42% da nota, sendo composto por dados de 2019 a 2023 das plataformas científicas Scopus e Elsevier; da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes); do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); e do Inep.
O indicador Mercado, que corresponde a 18% da nota, se baseia em pesquisas do Datafolha de 2023, 2024 e 2025, sobre a opinião de empregadores sobre preferências de contratação.
CURSOS – O RUF também avalia os 40 cursos de graduação com mais ingressantes em universidades de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal. A UEM, a UEL e a Unioeste somam 34 cursos em 23 áreas no grupo dos mais bem avaliados em nível nacional. Entre eles está a graduação em Agronomia da UEM e da UEL nas posições sete e nove do ranking nacional. No Paraná, ambos os cursos ocupam o primeiro e o segundo lugar, o que demonstra a liderança do Sistema Estadual de Ensino Superior na formação de profissionais para essa carreira.
FONTE: Agência Estadual de Notícias | FOTO: SETI-PR