O vice-presidente da República, Michel Temer, que se licencia da presidência de seu partido, o PMDB

BOL - O vice-presidente Michel Temer (PMDB) se licenciou nesta terça-feira (5) da presidência nacional do PMDB. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa de Temer e entra em vigor imediatamente. O senador Romero Jucá (RR) assume a presidência do partido.
Segundo a assessoria de Temer, "o vice-presidente se licencia para que o senador Romero Jucá tenha condições de defender o partido dos ataques que vêm sofrendo nos últimos dias".
O licenciamento de Temer acontece uma semana depois de o diretório nacional do PMDB ter oficializado a sua saída da base governista.
No dia 29 de março, quando o partido anunciou a saída do governo, Romero Jucá foi um dos senadores mais enfáticos ao falar sobre a ruptura com o governo e sobre a proibição feita a integrantes do partido de ocupar cargos e ministérios. "Eu digo que para bom entendedor, meia palavra basta. Aqui foi dada uma palavra inteira. Portanto, todos devem pensar no que vão fazer", afirmou Jucá na ocasião.
Apesar da proibição de filiados ao PMDB ocupem cargos no governo, o partido ainda tem seis ministros: Eduardo Braga (Minas e Energia), Marcelo Castro (Saúde), Kátia Abreu (Agricultura), Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), Mauro Lopes (Aviação Civil) e Hélder Barbalho (Portos).
A saída de Temer da presidência do partido também acontece em meio a uma intensa troca de farpas entre ele e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Nos últimos dias, Lula disse que Temer sabia que o impeachment do qual a presidente Dilma Rousseff (PT) é alvo no Congresso Nacional era um "golpe". Em resposta, a assessoria do vice-presidente disse que "justamente por ser professor de direito constitucional, Michel Temer tem ciência de que não há golpe em curso no Brasil".
Na última segunda-feira (5), em outro discurso, o ex-presidente Lula disse que Temer deveria disputar eleições se quisesse ser presidente. "Temer, você quer ser presidente? Então disputa eleição, meu filho. Vai pedir voto", afirmou o ex-presidente.
A decisão de Temer também acontece quando se acumulam pedidos de impeachment contra o vice-presidente na Câmara dos Deputados. Na semana passada, o ex-governador do Ceará Cid Gomes (PDT) protocolou um pedido de impeachment contra Temer. O pedido atribui a Temer a prática de crimes como a indicação de investigados na Operação Lava Jato a diretorias da Petrobras. O pedido foi rejeitado, na última segunda-feira (4) pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), decidiu que Cunha deve dar seguimento a essa ação. Este pedido, protocolado pelo advogado Marley Marra, diz que Temer cometeu crimes de responsabilidade ao assinar decretos de suplementação orçamentária sem autorização o Congresso Nacional, uma acusação semelhante à que é feita contra Dilma no processo que tramita contra ela na Câmara dos Deputados. Cunha rejeitou o pedido, mas o autor recorreu ao STF. Uma decisão liminar sobre o caso deve ser dada nos próximos dias.

O sucessor de Temer, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que "isso retira o presidente Michel Temer da tentativa de alguns setores de trazê-lo para uma briga de rua, para um desgaste, para um debate inócuo e muitas vezes irresponsável". "O presidente Michel Temer não vai participar desse jogo, mas ao mesmo tempo o PMDB dará as respostas necessárias com a clareza necessária e com a firmeza necessária a qualquer tipo de provocação", completou. O senador disse que fará um pronunciamento na tribuna do plenário
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Fonte: WWW.BOL.COM.BR