A Unioeste, campus de Beltrão, recebe R$ 57 mil por mês do Governo do Estado, sendo R$ 45 mil para pagar terceirizados e estagiários. Os R$ 12 mil restantes são destinados para as despesas com o funcionamento da instituição. "Conseguimos suprir parte destas necessidades básicas com outros recursos, como emenda federal e recursos próprios, obtidos pela oferta de especializações, promovidas pelos cursos do campus, eventos e repasses da Reitoria, os quais são usados para complementar o recurso do Estado. Para podermos suprir as necessidades do campus de forma satisfatória, precisamos de R$ 100 mil por mês", informa Gilmar Ribeiro de Mello, diretor do campus.

Atualmente, os recursos próprios estão bloqueados pelo Governo do Estado, que pretende implantar o Meta 4. Este sistema visa gerenciar a folha de pagamento, mas isso equivaleria à perda da autonomia. "Defendemos a não implantação, porque a universidade perde a autonomia de fazer promoções e progressões na carreira, por exemplo, fragiliza a carreira, que consideramos um dos fatores que faz com que as universidades mantenham seu quadro se servidores qualificados. Isso é contra a lei, seria um controle do Estado, que poderia, por exemplo, cortar as promoções. Não há nada para esconder, porque está tudo no Portal Transparência. É público", destaca Gilmar.

A UEL (Londrina) e a UEM (Maringá) também não aceitam este sistema, porque consideram que fere a autonomia universitária. Segundo Gilmar, a Unicentro e a UEPG também discordam do Meta 4, mas acabaram enviando as informações sobre a folha dos funcionários antes de começarem as discussões, embora essas informações estejam disponíveis no Portal da Transparência. Por causa deste bloqueio por parte do governo, as universidades não têm condições de comprar equipamentos e materiais e nem mesmo deslocar os veículos, para citar algumas dificuldades.

"O que não podemos é ir contra a lei, até porque o Tribunal de Contas fiscaliza a cada três meses. É natural este controle, não há receios com relação a isso, só não queremos perder a autonomia. Esta é nossa preocupação", enfatiza Gilmar.

Foto: Gilmar Ribeiro de Mello, diretor do campus, fala sobre a atual situação da Unioeste.


Fonte: FONTE: jornaldebeltrao.com.br | FOTO: Leandra Francischett/JdeB