A Emater, em parceria com a Embrapa, inicia nesta segunda-feira (27) mais uma edição do chamado Giro Técnico pelo Estado, reunindo profissionais da área agronômica e sojicultores para apresentar tecnologias de produção capazes de dar ainda maior competitividade à cultura da soja. Serão 23 encontros com a participação de cerca de mil pessoas.

O primeiro evento acontece em Doutor Camargo e depois em outros 22 municípios: Atalaia, São Jorge do Ivaí, Itambé, Ubiratã, Nova Aurora, Vera Cruz do Oeste, Terra Roxa, Maringá, Floraí, Marialva, Arapongas, Santa Mariana, Andirá, Bela Vista do Paraíso, Ibiporã, Reserva, Palmeira, Antônio Olinto, Pato Branco, Boa Esperança do Iguaçu.

Segundo o coordenador estadual do projeto Grãos da Emater, Nelson Harger, os eventos de campo são a oportunidade de apresentar o resultado do trabalho em parceria com a Embrapa e outros 294 agricultores colaboradores, cujas propriedades são denominadas unidades de referência na aplicação de boas práticas agrícolas na cultura da soja.

Uma das práticas orientadas é o manejo integrado de pragas que permite ao agricultor diminuir em 50% o número de aplicações de inseticidas, o que pode gerar uma economia média de quatro sacas de soja por alqueire.

Pelos resultados da última safra, enquanto os sojicultores paranaenses fizeram, na média, 3,7 aplicações durante todo o ciclo da cultura, os produtores assistidos pela Emater realizaram apenas duas pulverizações, também em média, sem comprometer a produtividade das plantações, comenta Harger.

O engenheiro agrônomo explica que para colocar em prática o manejo integrado de pragas na cultura da soja o produtor também não precisa gastar mais.

“Ele terá apenas que acompanhar semanalmente sua plantação, fazendo o levantamento de todos os insetos presentes, sejam eles pragas ou predadores dessas pragas, e a avaliação da desfolha da planta. É com base nesses dados é que ele e seu técnico decidem pelo melhor momento da aplicação”, disse Harges.

Seguindo esse critério, detalha o coordenador, o agricultor vai fazer o controle químico no melhor momento e evitar aplicações desnecessárias. “Isso é importante na manutenção de um melhor equilíbrio entre as pragas e seus inimigos naturais, com redução nos custos de produção”.

Com o manejo de praga o produtor também retarda o início das aplicações. “Na média, nossos sojicultores colaboradores só fizeram a primeira aplicação de agrotóxicos aos 70 dias depois da germinação das plantas, enquanto que os demais entraram na lavoura com as máquinas para a primeira pulverização 30 dias antes, ou seja, aos 40 dias depois da germinação da cultura.

FUNGO – A ferrugem é outro problema que preocupa o sojicultor. A doença causada por um fungo pode comprometer seriamente a produtividade da cultura. Por isso, muitos sojicultores, para não arriscar seu investimento, optam por controles antecipados e muitas vezes sem saber se a doença já está presente no campo.

Para melhorar a qualidade desta informação, a Emater, em parceria com a Embrapa, vai monitorar a entrada e a dispersão do fungo causador da ferrugem, instalando nas propriedades de referência os coletores de esporos. São cerca de 130 equipamentos e as informações das datas do aparecimento dos primeiros esporos de cada coletor estarão disponíveis no site do consórcio antiferrugem: http://www.consorcioantiferrugem.net.

Hanger explica que com essa medida o sojicultor vai iniciar o controle químico com fungicida quando necessário, ou seja, quando identificada a presença do fungo na plantação e as condições do clima estiverem favoráveis ao desenvolvimento da doença. “É importante ressaltar que essa informação será útil para os demais produtores e técnicos na decisão de iniciar ou não o controle químico”.

De acordo com o técnico, os produtores assistidos pela Emater e que colocaram em prática o manejo integrado de doenças fizeram na safra 2016/17 uma aplicação a menos, se comparado aos demais sojicultores do Estado, com economia média no custo de produção de 4,5 sacas de soja por alqueire, somando custo do produto e da aplicação.

“Somando os resultados obtidos através dos manejos integrados de pragas e de doenças temos uma possibilidade de melhoria na renda ao produtor de 8,5 sacas de soja por alqueire, o equivalente a mais ou menos R$ 500,00 por alqueire. Se expandirmos esse resultado econômico das propriedades de referência para o total da área plantada no Estado, chegamos a um valor em torno de R$ 1 bilhão de economia, o que é muito significativo”, acrescenta.


Fonte: FONTE: agronegocio.paranaportal.uol.com.br | FOTO: Divulgação/Emater