No mês passado, o JdeB publicou uma reportagem sobre a volta do sarampo na Ásia, Europa e Américas, principalmente pela baixa cobertura vacinal e o crescimento dos movimentos antivacinas. Na quarta-feira, 19, o Ministério da Saúde divulgou nota informando que o Brasil perdeu o certificado de erradicação do sarampo, após a confirmação de um caso endêmico (dentro do território brasileiro) em 23 de fevereiro, no Pará. Com esse caso, o País completou um ano com a circulação do vírus e por isso perdeu a certificação.

Em nota, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirma que o País iniciará um plano para retomar o título nos próximos 12 meses. “Nosso plano consiste em encaminhar medidas importantes ao Congresso Nacional, como a exigência do certificado de vacinação, não impeditiva, de ingresso na escola e no serviço militar. Reforçaremos, ainda, o monitoramento da vacinação, por meio dos programas de integração de renda e como norma para os trabalhadores de saúde”.

Mandetta diz que iniciou a gestão com baixas taxas de imunização: “Elas atingiram um pico em 2003, mas, no geral, de lá para cá caíram ano a ano até chegarem perto de 80% no ano passado. Não é o patamar ideal. Temos que elevá-la acima a 95%”. O certificado de erradicação foi concedido ao País em 2016 pela Organização Pan Americana de Saúde (Opas/OMS).

Neste ano o Brasil já confirmou 48 casos de sarampo e no ano passado passou por uma epidemia com mais de 10 mil casos, principalmente em Amazonas e Roraima. A Organização Mundial da Saúde (OMS) está atenta e preocupada com a crescente de casos. Em janeiro deste ano, as Filipinas registraram 4,7 mil casos e 70 mortes. No ano passado, a Europa encerrou o ano com 82,6 mil casos de sarampo e 72 mortes – um número três vezes maior que em 2017.

A doença
Em entrevista ao JdeB divulgada em março, o médico infectologista, dr. Valdir Spada Junior, disse que o sarampo é uma doença altamente contagiosa e causada por um vírus. “Ela é transmitida diretamente de pessoa a pessoa por meio da fala, tosse, espirros ou respiração. Se manifesta, na maioria dos casos, com um quadro de febre, dor no corpo, manchas vermelhas disseminadas pelo corpo que normalmente se iniciam pela cabeça, além de conjuntivite e coriza. Em alguns casos pode complicar com pneumonia e encefalite”. A OMS registrou 2,3 milhões de casos de sarampo no mundo todo no ano passado, um índice 50% maior que em 2017.

Foto/Legenda: As manchas vermelhas que iniciam pela cabeça e espalham pelo corpo é uma das características do sarampo. No ano passado foram 10 mil casos no Brasil.


Fonte: FONTE: jornaldebeltrao.com.br | FOTO: Reprodução/Internet