O presidente Jair Bolsonaro apelou hoje, 27, aos caminhoneiros para que não
façam greve. "Reconhecemos o valor dos caminhoneiros para a economia do Brasil. Apelamos para eles
que não façam greve porque todos nós vamos perder, todos, sem exceção. Agora, a solução não é fácil,
estamos buscando uma maneira de não ter mais este reajuste", disse, após reunião no Ministério da
Economia.
Ontem, 26, a Petrobras reajustou o preço médio do diesel nas refinarias em 4,4%
e há especulações sobre uma greve de caminhoneiros que aconteceria na próxima segunda-feira (1º). A
Petrobras segue uma planilha, tem a ver com preço do petróleo lá fora, tem a ver com variação do
dólar. Ontem foi boa notícia, o dólar baixou R$ 0,20. Estamos estudando medidas, agora, não tenho
como dar uma resposta de como diminuir impacto, que, na verdade, foram nove centavos no preço do
diesel, disse, ressaltando que não interfere na política de preços da empresa.
De acordo
com o presidente, está em estudo a diminuição do PIS (Programa de Integração Social) e da Cofins
(Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), impostos federais que incidem sobre os
combustíveis. O impacto da renúncia aos cofres da União, segundo ele, é de R$ 800 milhões por cada
centavo reduzido. Para Bolsonaro, é importante que os governadores também reduzam o ICMS, imposto
estadual.
Para cada centavo do preço do diesel, aproveitando nós queremos diminuir no
caso PIS/Cofins, equivale a buscarmos em outro local R$ 800 milhões. Então, não é uma conta fácil de
ser feita. Agora, o diesel está num preço razoável nas refinarias, mas até sair da refinaria e
chegar na bomba de combustível tem ICMS, imposto que é o mais caro que tem sobre o combustível no
Brasil, tem a margem de lucro, tem transportadores, tem muito monopólio no meio disso. Estamos
buscando alternativas mas não são fáceis, disse.
Bares e restaurantes
Bolsonaro foi
ao Ministério da Economia acompanhado do presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes
(Abrsel), Paulo Solmucci, para tratar de medidas de socorro ao setor, que foi fortemente impactado
pelas restrições impostas durante a pandemia de Covid-19.
De acordo com Solmucci, uma das
demandas apresentadas ao governo foi a prorrogação da carência para pagar os empréstimos no âmbito
do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), criado em
meio à pandemia. Além disso, os micro e pequenos empresários, enquadrado o Simples Nacional, querem
ajuda para pagar os impostos, sob o risco de serem desenquadrados do regime.
Outro pedido
da Abrasel é a revisão do Benefício Emergencial (BEM), também criado durante a pandemia, que permite
reduzir jornada e suspender contrato de trabalho sem funcionários sem perder o vínculo
empregatício.
Segundo o presidente Bolsonaro, as demandas serão estudadas e anunciadas em
até 15 dias.
Fonte: FONTE: Andreia Verdélio - Repórter da Agência Brasil | FOTO: Washington Costa/Ministério da Economia