O Paraná recebeu nesta semana o parecer favorável do comitê técnico da
Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e deu mais um passo para o reconhecimento internacional
como área livre de febre aftosa sem vacinação. O anúncio foi feito nesta quarta-feira, 10, pela
ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, em audiência virtual com o
governador Carlos Massa Ratinho Junior.
Também foram reconhecidos os pleitos do Rio Grande do
Sul e do Bloco I (Acre, Rondônia e parte do Amazonas e do Mato Grosso). Isso significa que as três
solicitações brasileiras foram recomendadas para avaliação final durante a 88ª Sessão Geral da
Assembleia Mundial dos Delegados da OIE, que ocorrerá no período de 22 a 28 de maio deste ano, no
formato virtual.
SAIBA MAIS: Estado conquista
chancela técnica como zona livre de peste suína clássicaO Paraná obteve reconhecimento
nacional de Área Livre de Febre Aftosa sem Vacinação em agosto do ano passado e essa validação da
OIE é mais uma conquista histórica para o setor agropecuário. O Estado é o maior produtor e
exportador de produtos da cadeia animal do País, com liderança em avicultura e
piscicultura.
O Paraná buscava essa qualificação há 50 anos, meio século de luta. É um
trabalho de muitos técnicos e do setor como um todo. É um passo muito importante, afirmou Ratinho
Junior. Agora em maio vamos conseguir a chancela mundial. Cerca de 65% do mundo não compra carne do
Paraná pela ausência desse reconhecimento. Ou seja, alguns bilhões de dólares entrarão na nossa
economia, gerando milhares de novos empregos.
A ministra Tereza Cristina afirmou que a fase
vencida pelo Paraná foi a mais difícil. Recebi a notícia da OIE da aprovação de todos os estados
nessa fase para em maio conseguir a aprovação final. Quero cumprimentar a todos pelo esforço,
afirmou. Agora o desafio é manter o status e as nossas equipes técnicas vigilantes. É momento de
parabenizar aos governadores e aqueles que se engajaram nessa luta.
Neste momento, de acordo
com os trâmites de avaliação da OIE, todos os 182 Delegados da Organização serão comunicados da
decisão e terão o prazo de 60 dias para solicitar informações sobre os pleitos brasileiros, de forma
a sustentar a votação durante a 88ª Sessão Geral.
SAIBA
MAIS: Com crescimento
de 14%, Paraná amplia liderança na produção de tilápiasMOMENTO HISTÓRICO - Com o reconhecimento, o setor agropecuário vai garantir a abertura
de novos mercados e atrair investimentos para as cadeias de suínos, peixe, frango, leite e pecuária
bovina de corte. O status sanitário internacional permitirá ao Paraná praticamente dobrar as
exportações de carne suína e alcançar mercados como Japão, México e Coreia do Sul, que pagam mais
pelo produto com reconhecida qualidade sanitária.
Provamos para o mundo que não temos
aftosa, que não temos o vírus circulando aqui. Começamos a vacinar nos anos 1960. E desde então o
Paraná articula campanhas para eliminar a circulação e aprendemos muito ao longo desse tempo.
Conseguimos demonstrar cabalmente ao mundo e ao comitê técnico e científico da OIE que não há esse
vírus nesse espaço de mundo chamado Paraná, afirmou o secretário de Agricultura e Abastecimento,
Norberto Ortigara.
Para o diretor-presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins, a conquista é
fruto de mais de 50 anos de planejamento, engajamento da sociedade, da iniciativa privada, de
produtores rurais, de lideranças políticas e do Governo do Estado. Desde outubro de 2019 está
proibido o uso e comercialização da vacina contra febre aftosa no Paraná. A campanha de vacinação,
que acontecia duas vezes por ano, foi substituída pela campanha de atualização de rebanhos. O
cadastro é obrigatório para garantir a rastreabilidade e a sanidade do rebanho.
Agora
passamos de uma fase de vacinação para vigilância constante nos 33 postos de fiscalização. Estamos
atentos e preparados para essa questão, afirmou Martins.
SAIBA MAIS: Paraná apresenta
sugestões para aprimorar Plano Safra 2021/22TRAJETÓRIA - Em agosto de 2020, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa) publicou a Instrução Normativa nº 52, reconhecendo os seis estados como livres de febre
aftosa sem vacinação. O reconhecimento nacional pelo Mapa é um dos passos para alcançar o
reconhecimento internacional junto à OIE.
Para realizar a transição de status sanitário, os
estados e regiões atenderam requisitos básicos, como aprimoramento dos serviços veterinários
oficiais e implantação de programa estruturado para manter a condição de livre da doença, entre
outros, alinhados com as diretrizes do Código Terrestre da OIE.
O processo de transição de
zonas livres de febre aftosa com vacinação para livre sem vacinação está previsto no Plano
Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (Pnefa), conforme estabelecido
pelo Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa).
Fonte: FONTE: Agência Estadual de Notícias do Paraná | FOTO: Jonathan Campos/AEN