

O Brasil fechou o ano de 2020 com 234 milhões de acessos móveis, segundo
relatório da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O total representou um aumento de 7,39
milhões em relação a 2019, o equivalente a 3,26%. Acesso móvel é o nome dado para os chips de
celular, que podem ser usados para serviços de voz ou de conexão à Internet.
Com isso, houve
uma inversão da tendência de queda que vinha marcando esse tipo de serviço desde 2015, quando o
Brasil bateu os 284,17 milhões de acessos. O número, acima da população nacional, ocorre pelo fato
de parte das pessoas ter mais de um acesso, ou seja, mais de um chip ou uma conta de telefone
celular.
Na avaliação da Anatel, esse acréscimo teve relação com a pandemia do novo
coronavírus. Com a transferência forçada de atividades para a modalidade online, em especial as
aulas de crianças e de adolescentes, houve um aumento na compra de dispositivos para permitir a
realização dessas atividades. O celular é o dispositivo mais barato de acesso à internet, e muitos
desses aparelhos já são vendidos atrelados à contratação de um novo plano, diz o
relatório.
Densidade
Quando analisados os números
de acessos por 100 habitantes, índice denominado densidade pelo relatório, as regiões mais
atendidas são o Sudeste (105,71), Centro-Oeste (102,2) e Sul (96,9). As densidades são menores no
Nordeste (86,58) e Norte (85,37).
Os estados com mais acessos por 100 habitantes são Distrito
Federal (116,37), São Paulo (110,22), Rio de Janeiro (103,86), Minas Gerais (98,96) e Rio Grande do
Sul (98,96). Já os com os menores índices são Maranhão (74,94), Alagoas (81,49), Pará (82,06),
Paraíba (85,24) e Roraima (85,95).
Modalidade de
cobrança
Pelo primeiro ano, os acessos pós-pagos superaram os pré-pagos, com pouco mais de
50%. Os pós-pagos são mais presentes na Vivo (57,14%) e os pré-pagos são mais frequentes na Oi
(62,67%).
Operadoras
Atualmente, a operadora com
mais acessos móveis é a Vivo (78,53 milhões). Em seguida vêm Claro (60,20 milhões), TIM (51,43
milhões) e Oi (36,65 milhões). No caso da OI, a parte de telefonia móvel da companhia está sendo
negociada com as outras três operadoras. A Vivo lidera em 2.400 municípios, a Claro em 1.286, a TIM
em 1.056 e a Oi em 777 cidades.
Repercussão
Na
avaliação da integrante do Conselho de Defesa dos Usuários de Serviços de Telecomunicações (CDUST)
Marina Pita, os dados podem levar ao engano uma vez que o relatório não deixa claro que se trata de
chips, e não de conexões móveis.
Os dados são simplesmente de chips ativos habilitados à
conexão. Se a pessoa proprietária do chip fez uso de pacote de dados móvel, isso é algo que a Anatel
não sabe porque não há obrigações de as operadoras informarem neste sentido. A Anatel não está
contabilizando planos ativos e sim chips. Se a pessoa usou o chip apenas para receber ligações, a
Anatel desconhece, avalia Pita.
Em nota à reportagem da Agência Brasil, a assessoria da
Anatel confirmou se tratar de chip habilitado, não incluindo que tipo de atividade é realizada pelo
usuário.
Fonte: FONTE: Jonas Valente/Agência Brasil | FOTO: Marcello Casal Jr./Agência Brasil