Será hoje (16), o julgamento no Tribunal do Júri da Comarca de Francisco Beltrão do réu Deoclezio Simioni, 31 anos. Ele é acusado da morte da ex-mulher Stefany Fernandes de Oliveira, 20 anos na época. Ela foi assassinada na madrugada do dia 23 de março de 2019 a golpes de faca, na Rua Antônio Singer, Bairro Cantelmo.

 

Naquela noite, Deoclezio e Stefany se encontraram em um baile localizado no Bairro Marrecas. Depois de a observar conversando com outro homem, o acusado proferiu ameaças de morte, o que causou temor na vítima, no sentido de que ele pudesse atentar contra sua integridade física.

 

De acordo com o processo judicial, depois de sair do baile o denunciado se deslocou até a residência de Stefany, situada na Rua Argentino Salvatti, Bairro Antônio de Paiva Cantelmo, e lá permaneceu em vigilância, escondido em meio às árvores da frente da casa, na posse de uma arma branca, do tipo faca (não apreendida), aguardando o retorno da vítima.

 

Por volta das 04h40, após a vítima ter sido deixada por uma amiga na esquina de casa, na Rua Antônio Singer, o acusado teria então assassinado Stefany com diversos golpes de faca.

 

Vizinhos ouviram o seu pedido de socorro e quando foram verificar encontraram ela caída, já sem vida. Foram 19 facadas, sendo a maioria delas em regiões vitais, como pulmões, coluna e rins.

 

Ela conviveu quatro anos com Deoclezio e estava separada há oito meses. Do relacionamento nasceu uma filha, na época com 2 anos. Mas as brigas eram constantes. Haviam dois boletins de ocorrência na Delegacia da Mulher por violência doméstica, envolvendo vítima e autor. Uma delas, de 2017, foi encaminhada ao Fórum em fevereiro de 2018. A outra, de 2019, resultou em medida protetiva, que estava em vigor por um prazo de um ano, justamente por ameaça de morte. O ex-marido deveria manter distância mínima de 200 metros e não entrar em contato com Stefany por qualquer meio.

 

Deoclezio foi preso no dia 25 de março, em Enéas Marques. Após uma denúncia, os policiais militares o encontraram escondido dentro do banheiro de uma residência no interior do município. Desde então aguarda o julgamento preso.

 

Versão da defesa
A defesa do réu emitiu uma nota: “Novamente estamos diante de um caso de inquérito policial falho, que desde o início direcionou a investigação a um único suspeito, que desconsiderou demais possíveis suspeitos ou linhas investigativas. Mesmo assim não conseguiram provar, de forma robusta e isenta de dúvida, a autoria do crime. Portanto, o processo submetido à apreciação ao escrutínio popular leva em consideração o fato do acusado ser ex-convivente da vítima e dos desentendimentos existentes entre o casal, inexistindo provas diretas da autoria”.

 

O júri será presidido pelo juiz Eduardo Ressetti Pinheiro Marques Vianna, atuando na acusação o promotor Gabriel Santos Pereira Paquielli e na defesa os advogados Rudimar Antônio Cezerniaski, Jean Carlos Cezerniaski, Edson Luiz Cadore Filho e Gilberto Carlos Richithcik.



FONTE | FOTO: Jornal de Beltrão