Em reunião na Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná (Amsop), na última sexta-feira (19), prefeitos, secretários municipais de Educação e chefes dos Núcleos Regionais de Educação de Francisco Beltrão, Pato Branco e Dois Vizinhos chegaram a um consenso sobre o transporte escolar nos municípios com a implantação da sexta aula do ensino médio a partir de 2022. Para não gerar impacto econômico e logístico para as prefeituras, a Amsop vai propor ao governo do estado que a sexta aula do ensino médio seja flexibilizada para o modo remoto.

 

Ocorre que, com mais uma aula na grade curricular, os alunos do ensino médio terão o horário de saída dos colégios estaduais às 12h50, e não mais por volta do meio-dia, como as demais séries. E, apesar do ensino médio ser de responsabilidade do governo do estado, o transporte escolar é mantido pelas prefeituras, que, com essa mudança de horários, podem sofrer um impacto econômico de aproximadamente R$ 3 milhões ao mês nos 42 municípios do Sudoeste.

 

O governo do estado se comprometeu a cobrir os custos extras, mas, os municípios também temem dificuldades em questões como frota, motoristas ou contratação de empresas terceirizadas para operar esse transporte escolar em horário diferenciado.

 

“As prefeituras já estão trabalhando no vermelho com relação à educação. Por isso, esperamos que o governo do estado compreenda a aflição dos prefeitos, também, quanto a possíveis situações futuras de problemas com o Ministério Público, e se sensibilize com o pleito da Amsop em converter a sexta aula do ensino médio para o modelo à distância”, apontou o presidente da Amsop e prefeito de Bom Sucesso do Sul, Nilson Feversani.

 

“A questão logística pesa muito, em razão da dimensão territorial de muitos municípios e as dificuldades nos trajetos pelas áreas rurais. Enfim, precisamos chegar a uma sintonia com o governo do estado, para garantirmos aos nossos jovens o acesso ao novo ensino médio a partir do ano que vem”, explicou o presidente da Comissão de Educação da Amsop e prefeito de Pérola do Oeste, Edsom Bagetti.

 

Como exemplo, em Mangueirinha, conforme o levantamento do prefeito Elídio Zimmermann, o acréscimo nas despesas do município seria em torno de R$ 200 mil mensais, além da necessidade de percorrer mais 2 mil quilômetros diariamente com o transporte escolar. Ainda de acordo com o prefeito, o município não possui condições logísticas para um aumento do trajeto nessa grandeza.

 

O pleito da Amsop pela sexta aula online para o ensino médio será apresentado ao secretário da Educação do Paraná, Renato Feder, na próxima quarta-feira (24), em uma videoconferência que será realizada pela Associação dos Municípios do Paraná (AMP).

 

“A Secretaria Estadual da Educação vai, então, fazer uma análise, de forma mais ampla, da situação em todos os municípios do Paraná, e então, passará às prefeituras as diretrizes quanto ao transporte escolar para o ensino médio a partir de 2022”, detalhou a chefe do Núcleo Regional de Educação de Francisco Beltrão, Lurdinha Bertani.

 

Também participaram da reunião, os prefeitos Paulo Pilati (Marmeleiro), Leila da Rocha (São Jorge D’Oeste), Clovis Cuccolotto (São João), Edson Lupatini (Enéas Marques), Sérgio Faust (Nova Prata do Iguaçu), Paulo Casaril (Realeza), Elídio Zimmermann (Mangueirinha), Américo Bellé (Capanema) e Paulo Falcade (Pinhal de São Bento), os vice-prefeitos João Carlos Garbin (Honório Serpa) e Nilmar Rech (Salgado Filho), bem como, os chefes dos Núcleos Regionais de Educação de Dois Vizinhos e Pato Branco, Dirsio Ferreira da Silva e Iara Tecchio Mezzomo, respectivamente, além de secretários municipais de Educação.



FONTE | FOTO: Assessoria/Amsop